Robótica na Arte

A arte tem sido encarada através dos tempos como uma actividade exclusiva dos humanos. Constituindo mesmo uma fronteira nessa estranha separação sempre pretendida entre vida humana e restante vida. Contudo, nas últimas décadas, o desenvolvimento do estudo sobre o comportamento animal tem vindo a revelar a produção de actos e objectos que facilmente se enquadram naquilo que consideramos relevar da expressão artística. Um apurado sentido do decorativo nalguns pássaros ou as pinturas do chimpanzé Congo reveladas nas precursoras investigações de Desmond Morris e depois prosseguidas em muitas outras experiências com os nossos mais próximos parentes no reino animal.
A minha proposta vai contudo um pouco mais além. Também os robôs, desde que dotados de autonomia e alguma inteligência, podem gerar uma expressão própria que pelas suas características devemos considerar como uma nova forma de arte independente daquela que é produzida pelo artista humano que esteve na origem do processo. Ou seja, a inteligência artificial pode gerar uma criatividade artificial.
Neste sentido esta criatividade artificial produzida por robôs questiona não só as noções correntes de arte e cultura, como o próprio conceito e lugar do humano. Já que pela primeira vez somos confrontados com a possibilidade, muito real, de darmos origem a seres com capacidades similares ou mesmo superiores às nossas.

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